top of page

Witzel fala em 'ordem' para não sair de casa: 'Daqui a pouco vamos ter que começar a levar para a de

Decreto publicado nesta segunda (30) prorroga suspensão de manifestações, jogos de futebol e shows, por exemplo. Witzel também disse que decreto será reavaliado no dia 4 de abril.


Governo do RJ prorroga por mais 15 dias as medidas restritivas


O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), endureceu o discurso e disse nesta segunda-feira (30) que vai responsabilizar quem sair de casa durante isolamento no estado


"Daqui a pouco vamos ter que começar a levar para a delegacia. Até então foi um pedido, agora estou dando uma ordem: não saia de casa. Porque aqueles que amanhã ou depois morrerem por falta de atendimento porque a curva de contaminação aumentou pela morte você (que saiu de casa) será culpado", afirmou.


E completou: "Carregue na sua consciência que aquele idoso, aquela pessoa que morrer, você terá ajudado a matá-la".


Wilson Witzel participou de uma entrevista coletiva no Palácio Guanabara no início desta tarde anunciando mais detalhes do decreto que prorroga por mais 15 dias as medidas restritivas contra o coronavírus. Veja abaixo outras informações sobre o decreto.


Crime contra a humanidade


O governador disse, inclusive, que o presidente Jair Bolsonaro pode ser acusado de crimes contra a humanidade por desrespeitar as determinações dos órgãos de saúde sobre o combate ao coronavírus.


"Não estou aqui para fazer prejulgamento de ninguém, mas se pudesse dar um conselho como jurista diria que está colocando em risco à sua liberdade porque é um chefe de estado e a um chefe de estado não se admite que vá na contramão de recomendações como a ONU, OMS. Fazer ações que possam aumentar a pandemia pode ser caracterizado nos termos do artigo 7º do Estatuto de Roma de crime contra a humanidade".


Antes, Witzel avaliou que vem cumprindo seu papel como governante.


"Não quero que a história venha me julgar por ser irresponsável ou omisso no meu dever como governante. Por isso, peço ao povo do Rio de Janeiro que confie e acredite. Estamos vivendo momentos muito difíceis".


Continuam suspensos, por exemplo:

  • Aulas nas unidades da rede pública e privada de ensino, inclusive nas unidades de ensino superior;

  • Comícios e passeatas;

  • Jogos de futebol e demais eventos desportivos;

  • Sessões de cinema e de teatro;

  • Shows;

  • Eventos em salão ou casa de festas, como aniversários;

  • Feiras;

  • Eventos científicos;

  • Visitação a unidades prisionais;

  • Visitação a pacientes diagnosticados com o Covid-19.


Reavaliação do decreto


Sobre o decreto publicado nesta segunda-feira (30), o governador explicou que no dia 4 de abril será feita uma reavaliação das medidas adotadas em todo o estado.


"Faremos nova avaliação da curva de crescimento da doença para, no dia 6 [abril], podermos ou não fazer um redução das medidas restritivas, mas pautado na área da técnica da saúde, jamais observando interesses econômicos", destacou.


Segundo o governador, a questão econômica do estado do Rio ainda preocupa, mas em algum momento será resolvida. A prioridade, no entanto, é preservar vidas.


"Vamos dar às pessoas a oportunidade de serem salvas. Muitas não sobreviverão, mas não podemos em momento algum imaginar que vamos ter que decidir quem vive e quem morre".


Volta às aulas


Wilson Witzel falou ainda que discorda do prefeito Marcelo Crivella, que já sinalizou que pode liberar o retorno às aulas no dia 12 de abril.


“Como o ministro Mandetta falou na entrevista dele e o nosso secretário Edmar já disse, as crianças são vetores. Permitir que voltem para as suas casas poderá ser um fator de contaminação grande. Não é recomendável. Vou inclusive comunicar o prefeito Crivella que não deve tomar essa decisão. Estamos com a curva controlada, com condições de atender pacientes no CTI".


Caso o prefeito insista na decisão, Witzel não descartou determinar ele próprio o fechamento dos estabelecimentos de ensino ou recorrer à Justiça.


"Minha determinação é não fazer a volta às aulas. Se o prefeito crivella assim o fizer, entendo que tenho poder de policia pra determinar o fechamento das escolas municipais"


Equipamentos para a Saúde


Outras medidas anunciadas pelo governador incluem a compra de mais equipamentos e a disponibilização de mais leitos para tratar pacientes com coronavírus. Confira abaixo o que está previsto:


  • 1,2 mil leitos até 30 de abril em 8 hospitais de campanha;

  • Samu receberá nesta segunda mais 82 veículos;

  • 900 respiradores novos;

  • 1,5 milhão de máscaras cirúrgicas;

  • 300 mil óculos de proteção.


STF


Sobre um possível decreto do presidente Jair Bolsonaro permitindo que as pessoas saiam de casa, o governador do Rio disse que se for preciso irá ao STF.


“Eventual edição de um decreto que venha flexibilizar o regime de distanciamento social poderá ser questionada no STF, que já deu demonstrações de que a crise é gravíssima. E no caso dos aeroportos, portos e da movimentação interestadual, o ministro Marco Aurélio deixou claro que entes federativos podem tomar suas decisões".


Fonte: G1

bottom of page