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Vamos à China com Lula para deixar claro que aqui tem sindicato, afirma Sérgio Nobre

O presidente da CUT embarcou hoje (11) para o país asiático na comitiva presidencial. “Os investimentos chineses são bem-vindos, mas as legislações trabalhistas e ambientais têm de ser respeitadas"


ROBERTO PARIZOTTI

O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, integra a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que embarcou nesta terça-feira (11) à China para visita em busca de investimentos e acordos bilaterais em diversas áreas. A comitiva é composta de sindicalistas, empresários, governadores, senadores, deputados e ministros. A China é o maior parceiro comercial do Brasil, com US$ 150,4 bilhões de comércio bilateral, somente em 2022, e ocupa o segundo lugar no ranking da economia mundial, conforme dados do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Para Sérgio Nobre, “os investimentos chineses são muito bem-vindos, mas é preciso passar o recado aos chineses de que as legislações trabalhistas e ambientais brasileiras têm de ser respeitadas”. “Vamos lá para deixar claro que aqui tem sindicato e que os investimentos devem gerar empregos de qualidade aqui”, afirma o presidente nacional da CUT.

Sérgio Nobre destacou que o fato de sindicalistas integrarem a comitiva presidencial é mais uma mostra do abismo que separa o governo democrático de Lula do governo de ultradireita que foi derrotado pela classe trabalhadora nas eleições de 2022. E como a classe trabalhadora voltou ao Palácio do Planalto pela porta da frente

“Lula é um estadista respeitado no mundo inteiro, que tem origem no movimento operário, na luta pela redemocratização do Brasil, sabe e reconhece a importância o país ter sindicatos fortes para uma democracia também fortalecida”, disse Sérgio Nobre

O presidente nacional da CUT lembrou que, desde 2016, após o golpe – situação que piorou na desastrosa gestão de Jair Bolsonaro -, a classe trabalhadora vinha sendo ignorada e a organização sindical, sua representante legítima, ignorada, perseguida e atacada pelo Palácio do Planalto. “Resistimos, lutamos e nossa maior vitória recente foi eleger Lula, a partir desta, outras conquistas à classe trabalhadora já estão vindo, como a retomada da Política de Valorização do Salário Mínimo, reivindicação das centrais sindicais”, afirmou.

É imperativo que investimentos internacionais resultem em geração de empregos de qualidade aqui no Brasil - Sérgio Nobre

Com Lula, destaca Sérgio Nobre, o Brasil retomou o protagonismo mundial jogado no lixo pelo governo anterior, que afundou a imagem do país. Para o presidente nacional da CUT, romper o isolamento do Brasil no cenário internacional, imposto pela gestão errática dos últimos quatro anos, e resgatar relações bilaterais como a chinesa, é um feito muito importante à retomada do crescimento do país, porque aponta para novos investimentos.

“Porém, é imperativo que esses investimentos internacionais resultem em geração de empregos de qualidade aqui no Brasil, com transferência de tecnologia e de forma sustentável”, afirmou Sérgio Nobre. “Essa é a nossa missão na visita à China”, disse o presidente da CUT. O encontro de Lula e comitiva com lideranças sindicais chineses está previsto para o dia 14.

A viagem à China estava marcada para 24 de março, mas foi transferida após Lula ser diagnosticado com broncopneumonia e influenza. Essa é considerada uma das mais importantes visitas de Estado do início de terceiro mandato de Lula, que seu reunirá com presidente chinês, Xi Jinping.

O objetivo do governo brasileiro é relançar as relações com a China, principal parceiro comercial do país desde 2009. Em 2022, segundo o Planalto, a China importou mais de US$ 89,7 bilhões em produtos brasileiros, especialmente soja e minérios, e exportou quase US$ 60,7 bilhões para o mercado nacional. O volume comercializado, US$ 150,4 bilhões, cresceu 21 vezes desde a primeira visita de Lula ao país, em 2004.

“Eu quero que os chineses compreendam que o investimento deles aqui será maravilhosamente bem-vindo. Mas não para comprar nossas empresas. [E sim] para construir coisas novas, que nós precisamos. O que estamos precisando não é vender os ativos que temos, é construir novos ativos. É disso que eu quero convencer os meus amigos da China”, afirmou Lula na semana passada em entrevista coletiva à imprensa.

Essa terceira visita de Lula à China é tida como estratégica pelo governo, após o Brasil deixar o ranking das maiores economias mundiais e empobrecer nos últimos quatro anos. De acordo com informações do Ministério das Relações Exteriores, a expectativa é de que pelo menos 20 acordos sejam assinados em várias áreas, como educação, cultura, ciência e tecnologia, agricultura e finanças, até o final da visita, no dia 15 de abril.

Brasil e China integram os BRICS (acrônimo que se refere ao bloco formado para cooperação política, econômica e financeira entre Brasil, Rússia, índia, China e África do Sul). Está prevista na viagem ao país asiático, a participação de Lula na posse da nova presidenta do Banco dos BRICS, a ex-presidenta Dilma Rousseff, que acontecerá na sede do banco, em Pequim.

Desde a posse, o presidente Lula já foi à Argentina, ao Uruguai e aos Estados Unidos, além das reuniões com líderes europeus que vieram para a posse em janeiro.







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